Uai ! "Alguma Coisa está Errada"
Será lançado no próximo dia 18 de julho, segunda feira, às 19h no Cineclube Budega, o livro “Uai?! Alguma coisa está errada”, do cartunista caratinguense Camilo Lucas. A noite de autógrafos contará com uma exposição de alguns dos originais do livro, somando-se aos painéis da exposição “Poesia e Cartum: Duas visões de Drummond”, de Ziraldo e Camilo sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade e com acressimo de amostra de fotografia e a biografia do mestre da literatura Drummond, que já acontece no Budega .
O livro de Camilo é uma segunda edição revista e ampliada e retrata o período que marcou a redemocratização do Brasil, com a eleição de Tancredo Neves no “Colégio Eleitoral” em 1985, marcando o fim da ditadura militar que teve início em 1964. Esta história é contada através de charges, publicadas no “Jornal do Norte”, de Montes Claros, e no “Diário do Rio Doce”, de Governador Valadares, além de textos de humor publicados em “A Semana Caratinguense”, tudo no período entre 1982 e 1985, englobando a campanha das “Diretas Já” até a eleição de Tancredo em pleno período do primeiro Rock in Rio.
Com a eleição de Tancredo no dia 15 de janeiro de 1985, o autor reuniu as charges e editou em ordem cronológica, e foi curtir o Rock in Rio enquanto o livro era impresso. O lançamento foi já em fevereiro, um mês após a conclusão daqueles fatos, e o livro se tornou um registro histórico daquele período, o que foi reconhecido pela Secretaria de Estado da Cultura, que autorizou uma 2ª edição do mesmo para ser lançada dentro das comemorações dos 25 anos da redemocratização e do centenário de Tancredo Neves.
O livro foi lançado em Caratinga no dia 22 de Julho e agora em Ubaporanga no Cineclube Budega,Após o lançamento em Ubaporanga, o livro será lançado em São João Del Rei, no Memorial Tancredo Neves, museu que guarda os arquivos e o acervo do estadista mineiro, numa promoção da Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ – dentro do seu festival de inverno. Em seguida, haverá também um lançamento em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, em data a ser marcada.
O livro “Uai?!...” foi financiado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que permite ao patrocinador destinar parte do seu ICMS para projetos culturais aprovados por este mecanismo. Os patrocinadores que investiram no projeto foram a Viação Riodoce, o Irmão Supermercados e o Café Riopreto. Conta ainda com apoio cultural da Rede de Ensino Doctum, do Centro Universitário de Caratinga, da UFSJ, da livraria Usina das Letras e da Prefeitura de Caratinga – Secretaria de Cultura.
Fim da ditadura
Em 1985, tiveram fim 21 anos de regime militar no Brasil. Iniciado com o intuito de resguardar a democracia contra o comunismo, dentro dos padrões de alinhamento da “guerra fria”, a “revolução de 64” logo se tornou uma ditadura a controlar o país com mão de ferro.
Seus efeitos foram sentidos em todos os setores da sociedade, mas a liberdade de expressão foi um dos mais atingidos. Mesmo assim, os chargistas dos jornais permaneceram heroicamente usando seu traço para denunciar e conscientizar sobre a realidade nacional, que era acobertada pela imprensa amordaçada.
Os chargistas tiveram um papel importantíssimo na concretização da volta da democracia. “Eu era um jovem chargista, titular do jornal Diário do Rio Doce, de Governador Valadares, e pude registrar os estertores da ditadura através de charges, desde a campanha das “Diretas Já” até a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral”, afirma Camilo.
Agora, ao completarem 25 anos da volta da democracia, a reedição deste livro foi aprovada pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura para publicação, numa tiragem de 3 mil exemplares, em policromia e papel couché. As charges foram todas coloridas com aquarela e lápis aquarelado, sobre os traços em nankim. Desta tiragem, 1 mil exemplares serão distribuidos às escolas estaduais pela Secretaria de Estado da Cultura, de acordo com o projeto que foi aprovado. Os demais exemplares serão distribuídos nacionalmente em bancas e livrarias.
“É muito importante agradecer aos patrocinadores, que investiram através da Lei de Incentivo. Este mecanismo é o grande incentivador da cultura, sendo responsável pela maioria dos produtos culturais de qualidade que circulam no país”, conclui Camilo.