sábado, 9 de abril de 2011

Barravento e Meteorango Kid



Como disse em uma postagem anterior, uma das coisas que pessoalmente  acho que é mais legal no cinema Baiano (e no brasileiro, de forma geral), são os criativos nomes que se dão aos filmes, cheios de significados e estilo. (Como disse antes, adoro esse nome: "Meteorango Kid, o Herói Intergalático".)
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Bom, para esta segunda temos dois filmes em cartaz no Cineclube Budega,  
A primeira sessão nesta segunda, será ás 17:00 Horas, com o filme "Barravento".

Este foi o primeiro longa-metragem dirigido por Glauber Rocha. É um filme de 1962, do gênero drama. A história acompanha um negro educado que volta à aldeiazinha de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião.

Sinopse: Numa aldeia de pescadores de xeréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. Firmino (Antônio Pitanga) é um antigo morador, que foi para Salvador na tentativa de escapar da pobreza. Ao retornar ele sente atração por Cota (Luíza Maranhão), ao mesmo tempo em que não consegue esquecer sua antiga paixão, Naína (Lucy Carvalho), que, por sua vez, gosta de Aruã (Aldo Teixeira). Firmino encomenda um despacho contra Aruã, que não é atingido. O alvo termina sendo a própria aldeia, que passa a ser impedida de pesca.

O termo "Barravento", conforme explicado no início do filme, "é o momento de violência, quando as coisas de terra e mar se transformam, quando no amor, na vida e no meio social ocorrem súbitas mudanças." (É disso que eu tava falando, um nome curto, mas cheio de significado.)


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E o segundo filme da segunda-feira começará ás 19:00Hs e será o grande  "Meteorango Kid - Herói Intergaláctico".

Esse filme é representante legítimo do underground baiano. Surge em meio a um processo delicado da história mundial, um momento em que diversas ditaduras militares se instalam na América Latina. 

Sinopse: Lula, protagonista de Meteorango Kid, é um jovem de família de classe média alta que vaga sem causa alguma pelas ruas de Salvador. Nessa trajetória ele cruzará com várias figuras contestatórias que desafiam as normas do sistema. Fantasia e realidade se misturam sem hierarquia e sem que o público possa definir claramente onde começa uma e termina a outra. 

O filme oferece um retrato da juventude brasileira que procura descobrir como agir (ou não agir) em plena linha dura do regime militar. A ausência de sentido é o próprio tema do filme. Também em diálogo com o tropicalismo e com a arte pop, o filme não hesita em antropofagizar o "cinemão" americano e é recheado de citações a heróis como Batman, Robin e Tarzan. 

A excelente seqüência de abertura mostra Antônio Luiz Martins trajado de Cristo e culmina com a agonia do Messias, retratada numa colagem de closes feitos sob diferentes ângulos e sem continuidade.
Taí, dois bons filmes pra começar bem a semana. Então esperamos você lá no Cineclube Budega. 

E lembre-se: O Cineclube mudou de endereço. Agora fica bem na curva da Avenida Padre Rino.

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