terça-feira, 31 de maio de 2011

Deus e o Diabo na terra do sol



Deus e o diabo na terra do sol é um filme brasileiro de 1964, do gênero drama, dirigido por Glauber Rocha.
Considerado um marco do cinema novo, foi gravado em Monte Santo (Bahia)
O filme que você confere hoje (31 de maio) no cineclube Budega conta a historia do Sertanejo Manoel e sua mulher Rosa levam uma vida sofrida no interior do país, uma terra desolada e marcada pela seca. No entanto, Manoel tem um plano: usar o lucro obtido na partilha do gado com o coronel para comprar um pedaço de terra. Quando leva o gado para a cidade, alguns animais morrem no percurso. Chegado o momento da partilha, o coronel diz que não vai dar nada ao sertanejo, porque o gado que morreu era dele, ao passo que o que chegou vivo era seu. Manoel se irrita, mata o coronel e foge para casa. Ele e sua esposa resolvem ir embora, deixando tudo para trás.
Manoel decide juntar-se a um grupo religioso liderado por um santo (Sebastião) que lutava contra os grandes latifundiários e em busca do paraíso após a morte. Os latifundiários decidem contratar Antônio das Mortes para perseguir e matar o grupo.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cinema, Aspirinas e Urubus


Cinema, Aspirinas e Urubus

Na proxima Terça Feira (24 de maio), o cineclube budega exibe Cinema, Aspirinas e Urubus o filme começa em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann (Peter Ketnath), alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais sobre o remédio "milagroso" para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos surge entre eles uma forte amizade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri

Primeira peça de Gianfrancesco Guarnieri, Eles não usam black-tie, de 1958, foi encenada pela primeira vez quando o movimento Cinema Novo começava a surgir e a convocar a arte ao neo-realismo. No lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos, ficaram apenas os elementos de cena indispensáveis. Ao invés de personagens ricos e nobres, operários e moradores do morro tomaram o palco. Ali, em plenos anos 50, negros eram cidadãos comuns. Pela primeira vez, os conflitos da realidade brasileira ganhavam espaço na caixa cênica.

Eles não usam black-tie situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate sobre as grandes verdades eternas, reflexões universais sobre a frágil condição humana, sobre os homens e seus conflitos. É a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.

O pai, Otávio, é operário de carreira, um sonhador, um idealista, leitor de autores socialistas e, ao mesmo tempo um revolucionário por convicção e consciente de suas lutas. Forte e corajoso entre os seus companheiros, experimentou várias lideranças, algumas prisões, com isso ganha destaque entre os seus transformando-se num dos cabeças do movimento grevista.

O filho, Tião, em razão das prisões do pai grevista, é criado praticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos, sem conviver com esse mundo de luta e reivindicação da classe operária. Hoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dos maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar não quer aderir à greve, pois acha que essa é uma luta inglória, sem maiores resultados para a classe. Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moça simples, porém determinada e leal ao seu povo, e está esperando um filho seu. Desta forma, Tião está mais preocupado com o seu futuro do que com a luta de seus companheiros, que sonham com melhores salários. Para Tião, greve é algo utópico. Ele não tem tempo para esperar, precisa resolver seus problemas de imediato, ou seja, se casar.

É preciso esclarecer que Tiäo, ao contrário de seu amigo Jesuíno, malandro, fraco e oportunista, é um jovem corajoso, mesmo porque fura a greve sem medo dos companheiros, achando que está agindo corretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade de todos de seu grupo, restando apenas um colega da fábrica e João, irmão de Maria, um homem ponderado e maduro capaz de compreender a situação conflitante vivida pelo amigo Tião e ainda apoiar sua irmã neste momento difícil.

Na realidade, Tião não tem medo do confronto com o inimigo. O seu medo é outro, é o grande medo de toda a sociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir na vida e deixar para trás a condição difícil e miserável do morro, que, por sinal, é desafiada cotidianamente pela coragem e bravura de Romana, sua mãe, mulher de pulso e determinação e responsável pelo equilíbrio da casa e da família.

Eles não usam black-tie é um texto político e social, sempre atual no qual Gianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e populares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuíno que nos revelam um mundo alegre, descontraído e aparentemente feliz. Já por outro lado a peça se apresenta forte e densa revelando de maneira real os conflitos que atormentam personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros e são esses momentos alegres e comoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza. Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.

Embora, na convencional teoria de dramaturgia teatral não se enquadre essa abordagem, o drama social é de natureza épica e por isso mesmo uma contradição em si mesma. Aqui, novamente Guarnieri quebrou também outra regra essencial, presente nos manuais do "bom drama": ao invés de trazer personagens "superiores" como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde, trabalhadores comuns, para conduzir sua história. Mesmo as mais simples metáforas, foram pinçadas nos mais básicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo, na metáfora do amor, o feijão, prato massivo na América do Sul, teria um "coração de mãe".

A temática não é política, muito menos panfletária. O que discorre são relações de amor, solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida miserável. Assim, a peça alia temas como greve e vida operária com preocupações e reflexões universais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em um retrato iluminado por um feixe de luz na parede do cenário, o debate entre a coletividade e o individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai crescendo.

Eles não usam black-tie é um marco do teatro de temática social.

Foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido, a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em variedades culturais internas.
Confira este super longa hoje no cineclube Budega - 10 de Maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tocaia no asfalto

Tocaia no asfalto é um dos pontos máximos do ciclo baiano de cinema no começo dos anos 1960. A história de um jovem político idealista de Salvador é narrada em paralelo à de um matador que chega do interior com a missão de eliminá-lo. O coronelismo, a violência e a política da época são temas centrais do filme. Os personagens são representados por Geraldo del Rey e Agildo Ribeiro, este num raro papel dramático. O thriller é uma excelente referência sobre questões brasileiras e a própria linguagem audiovisual, ao se aproximar da narrativa do norte-americano D. W. Griffith e da montagem do russo S. M. Eisenstein. A fotografia de Hélio Silva por si só constitui um documento da história do cinema brasileiro. Confira nesta quinta feira (05 de maio) as 19:00 H, na Sessão Repeteco do Cineclube Budega

Crítica

Gustavo Galvão*

Em conversa reservada com um coronel, numa cidade qualquer da Bahia, um candidato a governador negocia obras por votos. Mais precisamente, 50 mil votos por quatro açudes. Alguns anos antes, um delegado também negociava pessoas. Para aliviar a superlotação em sua cadeia, oferece uma dezena de presos a outro delegado, no interior de Alagoas. Ele ouve como resposta: “Minha cela é para dez homens e tem mais de 40”. Estamos no início dos anos 1960. Poderia ser o início do século 21.

Pouco (ou quase nada) mudou desde que Tocaia no asfalto bateu nas telas pela primeira vez, em 1962. “Você conhece a Bahia?”, pergunta um agente ao matador de aluguel, logo no início do filme, ao encomendar um serviço no Estado. A frase introduz ao espectador a verdadeira Bahia. Mais que um bom thriller político, a obra prima de Roberto Pires é uma declaração de princípios. A visão do diretor pontua o discurso do amargo pistoleiro Rufino (brilhante atuação de Agildo Ribeiro) e do idealista deputado Ciro (Geraldo Del’Rey). Eles revelam os mecanismos de uma sociedade corrupta em todas as camadas.

Tudo é Brasil, bem Brasil. O filme se desenvolve em dois níveis, dois mundos paralelos. O mundo da alta sociedade contrasta como submundo. As classes são diferentes, mas são muitos os pontos de contato. Há uma crítica dupla aqui. Se os poderosos ditam as regras, isso resulta da apatia daqueles que estão à margem. O personagem de Agildo Ribeiro é o diferencial: embora seja um matador, ele não é frio. O ódio que sente pelo assassinato do irmão tem algo de genuíno, inspira ele uma sensação de injustiça crucial.

Rufino se insere numa longa tradição de anti-heróis, facilmente identificável nos filmes de Nicholas Ray ou Samuel Fuller. Ele não se sente cômodo com padrões e desponta como uma semente de transformação. Por mais que suas motivações pareçam rasas hoje, não se perde o simbolismo. É ele quem quebra a lógica de uma realidade plausível — e atual.

Tocaia no asfalto marca o auge de um cineasta a ser redescoberto. Três anos depois de realizar o primeiro longa-metragem baiano (Redenção, 1959) e no impulso do cultuado A grande feira (1961), ele fez uma insólita ponte entre o cinema policial hollywoodiano e a geração do Cinema Novo, que começava a ganhar espaço com sua postura de confronto. Por trás das boas intenções, há uma proposta estética pulsante, que combina a urgência da temática coma necessidade de criar, de fazer.

As virtudes desse cineasta inquieto saltam aos olhos já na apresentação de Rufino, com uma bela variação de planos. Existe uma espontaneidade intrínseca a ela, a despeito do rigor estilístico. Se chega a ser econômico em outros instantes, Pires jamais deixa de ser claro. Não por acaso, essa crítica ao Brasil coronelista se encerra com outra frase digna de nota. Ao cumprir um serviço, outro matador de aluguel diz: “Um já tá despachado, qual é o próximo?”. Sem mais palavras.

* Atuou no jornal Correio Braziliense como crítico e repórter de cinema, entre 1996 e 2003. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília, fez especialização em Cinema na Espanha. É curador de mostras audiovisuais e dirigiu sete curtas de ficção, entre eles o premiado A vida ao lado (2006), exibido em 25 festivais no Brasil e no exterior.

terça-feira, 3 de maio de 2011

CINECLUBE BUDEGA, RECEBE TITULO



Os cineclubistas Vinicius de Souza Faria “Cazuza” e Marta de Souza de Sá, foi homenageado no inicio da manha (01 de Maio) na câmara municipal de Ubaporanga, pelo vereador Nelson Carioca (PPS) pelo trabalho dedicado ao cineclube Budega e a cultura de Ubaporanga, recebendo titulo de moção

 

“Fico feliz, porque depois de grande trabalho pela cultura esta é a primeira vez que o meu trabalho como fomentador cultural é reconhecido de público e por legisladores do município”, afirmou Vinicius Faria


 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O velho - a história de Luís Carlos Prestes


O velho - a história de Luís Carlos Prestes

A partir de depoimentos de testemunhas da história, imagens de época e com uma narração informal, entremeados por pequenos respiros poéticos, o documentário conta a história do líder de esquerda Luiz Carlos Prestes (1898-1990). De líder tenentista a secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o “Cavaleiro da Esperança” foi um dos personagens mais emblemáticos da história do Brasil no século 20.

Confira nesta terça dia 03 de maio apatir das 19 H, no Cineclube Budega